Mitos e verdades sobre as canetas emagrecedoras
De tempos em tempos, novos medicamentos aparecem com a promessa de emagrecimento, sempre com resultados milagrosos. A última “moda” são as canetas emagrecedoras, inicialmente utilizadas no tratamento de diabetes, mas que apresentam como efeito colateral a perda de peso rápida. Para esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto, a Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, pontua alguns mitos e verdades sobre o medicamento.
“As canetas emagrecedoras atuam na região do hipotálamo, no núcleo arqueado onde está localizado o centro da fome, saciedade e gasto energético basal. Atuam, ainda, no sistema límbico, que influencia o controle da fome”, explica a Dra. Elaine.
-As canetas emagrecem rapidamente? Verdade. Um paciente é considerado bom respondedor quando emagrece mais de 0,5kg por semana, menos que isso, é ideal que o médico responsável reveja a estratégia.
-O resultado é duradouro? Mito. O medicamento age enquanto está sendo aplicado. Para obter melhor resultado, é necessária a mudança no estilo de vida com uma alimentação saudável e restrição calórica, além de atividade física regular, no mínimo 150 minutos por semana e planejamento alimentar. Caso contrário, pode ocorrer o reganho do peso.
-As canetas são vendidas livremente nas farmácias? Verdade. Não é necessário prescrição médica por se tratar de um medicamento seguro, praticamente sem contraindicações e não ter potencial de vício. Mas, por esse motivo, está ocorrendo o uso abusivo e muitos casos de efeitos colaterais. Mesmo que não precise de receita, é necessário acompanhamento médico, em especial para orientações medicamentosas quando se tem efeitos colaterais e para avaliar se tem outras doenças a serem tratadas, principalmente alterações hormonais e metabólicas que não permitem um emagrecimento saudável.
-Qualquer pessoa pode comprar e aplicar? Mito. Ozempic é contraindicado no caso de histórico de pancreatite, NEM2 (neoplasia endócrina múltipla), histórico de carcinoma medular da tireoide, gravidez e amamentação.
-As canetas são o método mais moderno e eficaz? Verdade. Esse tipo de molécula é o futuro para tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. É seguro e eficaz, é um análago de um hormônio produzido no intestino que é o GLP1. Existem vários estudos mostrando a eficácia e segurança dessas moléculas. Atualmente, foi publicado o estudo SELECT demonstrando que pacientes obesos, com doença cardíaca, usando semaglutida 2,4mg por semana reduziram em 20% os eventos cardíacos em comparação com o grupo que estava usando placebo.
-Os tratamentos com as canetas causam muitos enjoos? Verdade. Este é o efeito colateral mais comum, mas, pode ter também vômitos, diarreia, constipação, cansaço e desânimo. Os efeitos colaterais podem ser reduzidos com orientação e acompanhamento médico.
-Há melhora na qualidade de vida? Verdade. As canetas emagrecedoras ajudam no emagrecimento e controle glicêmico, o que acaba melhorando muito a disposição, cansaço, fadiga, qualidade do sono, autoestima e até depressão.
-Os tratamentos com as canetas emagrecedoras reduzem gordura localizada? Mito. O medicamento reduz a fome fisiológica e emocional e aumenta a saciedade, o que leva ao emagrecimento, mas não tem ação direta na gordura localizada.
-As canetas reduzem a fome? Verdade. O principal mecanismo de ação é a redução da fome fisiológica e emocional por ação direta no centro da fome no hipotálamo e no sistema límbico.
-Elas podem ser usadas continuamente? Verdade. Podem ser usadas a vida inteira, principalmente em pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade graus 2 e 3. Vários estudos mostraram eficácia e segurança no uso contínuo dessas moléculas.
-O tratamento com as canetas é eficaz na fase da menopausa? Verdade. A menopausa é um período conturbado hormonal e metabolicamente. Mas, quando conseguimos ajustar todas as alterações, os resultados são excelentes.
A endocrinologista e metabologista Dra. Elaine ressalta, ainda, que no mercado brasileiro existem apenas os análogos de GLP1, que são semaglutida (Ozempic), liraglutida (Victoza e Saxenda) e dulaglutida (Trulicity). Já no exterior, é possível encontrar análogos de GLP1 e GIP, que é a tirzepatide (Mounjaro), prevista para chegar ao Brasil ainda neste ano.
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