Migração de chineses ao Brasil ajuda a aquecer economia
Em que pese o Brasil ser historicamente conhecido como uma nação formada por imigrantes, é importante contextualizar que, atualmente, temos um percentual muito pequeno, não mais que 0,5%, de cidadãos estrangeiros vivendo em nosso país.
Nos últimos dois anos, tem ocorrido um aumento significativo de migrantes provenientes da Ásia, em especial da China. Enquanto em 2016 o registro de autorizações para trabalho de chineses no Brasil foi de apenas 991, esse número subiu para 1.606 em 2017 e dobrou para 3.228 no ano passado.
Assim como em muitos países, no Brasil o cenário migratório é sensível à situação econômica e política. Em fase de crescimento, acolhemos mais; já quando estamos em recessão, os migrantes chegam em menor número. Aqui, mesmo um leve reaquecimento econômico, até mesmo de meio por cento, faz diferença.
Nosso quadro atual é justamente um lento e progressivo reaquecimento, com retomada de projetos relacionados especialmente a infraestrutura nos setores elétrico, portos e construção civil. E são exatamente esses migrantes asiáticos que estão no comando deles. Esses números vão ao encontro do anúncio do presidente da República, Jair Bolsonaro, que, na última semana, em viagem oficial à China, anunciou isenção de visto a chineses e indianos ao Brasil. Ainda não há data para a medida entrar em vigor.
Polêmicas à parte com a diplomacia brasileira, através da quebra de um dos mais tradicionais critérios de isenção de vistos, que era o da reciprocidade, o fato é que os chineses, inegavelmente, são potenciais e polpudos turistas e investidores. Assim, a isenção do prévio visto poderá representar um crescimento ainda mais acentuado de chineses pelo Brasil e, consequentemente, de investimentos.
Sobre Marta Mitico: advogada e mestre em Direito Econômico Internacional com know-how de mais de 30 anos em global mobility no mercado nacional e internacional. É sócia-fundadora da BR-Visa Migration Solutions, consultoria especializada em todas as etapas, desde a transferência até a acomodação do cliente em solo nacional ou no exterior. E presidente da Comissão de Direito Imigratório do Conselho Federal da OAB e presidente da ABEMMI -Associação Brasileira de Especialistas em Migração e Mobilidade Internacional-.
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